5 de março de 2012

Dançar para não dançar !!!

Se pudesse optar por um talento , certamente optaria pelo dom da dança.
Ainda moleque , preferia desenhar e assistir filmes de Fred Astaire e Gene Kelly na sessão da tarde, a andar de bicicleta. Claro que me achavam estranho, mas era do que gostava, essa não era uma atitude esperada de uma criança, mas a bem da verdade nunca fui exatamente uma pessoa previsível.

Como não era comum meninos fazendo ballet, não fiz nenhum tipo de aula, não aprendi a dançar, ficava apenas como espectador, apenas admirando quem soubesse fazê-los.

E assistia a tudo que estava ao meu alcance, Cinema , TV e Teatro, em alguns casos mais de uma vez. Aliás muito mais. O musical Chorus Line por exemplo , quando estreou em São Paulo no Teatro Sérgio Cardoso, quase me enlouqueceu. Eu precisava ver aquilo. No elenco estavam Cláudia Raia, Heloisa Millet e Thales Pan Chacon. Depois de assistir o espetáculo, não me contentei e queria mais, fui algumas vezes à porta do teatro tentar alguma cortesia, na época tinha 18 para 19 anos, meu trabalho mal dava para pagar as contas pessoais, que diria pagar um ingresso de musical.... Então assisti mais umas 3 ou 4 vezes na cara de pau, até carregar algumas coisas para dentro do teatro carreguei, apenas para poder assistir das coxias ou da mesa de som... era um fascínio louco por aquilo.


Outras coisas absurdas fiz para chegar perto de outros palcos e até hoje acho maravilhoso ter feito isso. Aprendi muito vendo aqueles artistas.

Continuo amando musicais, fico literalmente bobo, tudo me encanta, Cenário, Luz, Orquestra, tudo funcionando.... é maravilhoso.
Sentir aquela energia toda me emociona profundamente. Até em alguns musicais não tão bons, consigo me empolgar. Não tem jeito, aquilo é realmente mágico, o poder da dança , da música, da expressão, não tem definição, apenas me arrebata.

Não sou bailarino, dançarino ou coreógrafo... mas adoraria ter sido.

Certa vez , ainda nos anos 90, estava na casa de um amigo bailarino, junto com uma amiga também bailarina, estávamos brincando de fazer uma coreografia e ambos , ao me verem dançar, riram da minha "expressão corporal". Naquele momento fiquei tão sem graça , que travei. Por anos me controlei com medo de virar piada de novo.

Mas o tempo passou , aos poucos fui perdendo a vergonha e fazendo as pessoas dançarem nos eventos que realizo e claro, acabei me soltando também.
Hoje danço sem querer saber se está certo ou errado, apenas danço de um jeito que me divirta e se alguém der risada, fico feliz de estar divertindo alguém.

Sei apenas de uma coisa, parado é que não vou ficar.

Como diz Rita Lee : 
"Dance, dance, dance 
Faça como Isadora , Que ficou na história,
Por dançar como bem quisesse Yeah
Um movimento qualquer , sobe a cabeça e os pés 
Sinta o corpo Você está solta E pronta pra vir"